segunda-feira, julho 04, 2011

Sobre a morte de um Amor

...e acreditava que lhe bastava ler o poema da Sophia mais 1000 vezes e repetir baixinho "Eternidade,leva para longe o teu nome; Eternidade, leva para longe o teu nome; Eternidade, leva para longe o teu nome"...

De um amor morto fica
Um pesado tempo quotidiano
Onde os gestos se esbarram
Ao longo do ano

...De um amor morto não fica
Nenhuma memória
O passado se rende
O presente o devora
E os navios do tempo
Agudos e lentos
O levam embora

Pois um amor morto não deixa
Em nós seu retrato
De infinita demora
É apenas um facto
Que a eternidade ignora.

Sophia de Mello Breyner A.

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